quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

NA TUA RUA


Foi bom ai, amor, mesmo quase sempre sem ti. Foi, pra mim, um vislumbre do que seria uma vida a dois. Adorei e alturas houve em que te vi sorrir olhando pra mim. Foi lindo o jantar juntos e o teu sorriso quase constante… E falas-te, muito. Tanto que te pensei feliz e feliz fiquei. Mas o nosso mundo tem sombras e recantos onde o sol tem medo de entrar. Agora. Vou pedir um céu bem lindo de azul e sol grande e brilhante para iluminar todos os recantos dos nossos corações. Entretanto quero gritar que fui feliz…contigo, connosco.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Natal

Não importa o tempo, tá sempre contra nós. E passsados anos repete-se o milagre. Três milagres, por acaso. Também não foi por acaso, foi desejado. Foi lindo e é lindo sempre que acontece. Ossanas á senhora por tão lindo menino, faz tempo que não tinha um natal assim. Até o lume se sentiu outro. Pensou-se mais quente... Mas foi ao seu redor que a casa aqueceu. Um calor gostoso de quentinho e quente de carinho. As chamas subiam, ora uma ora outras, sem parar. Foram horas de calor perdido e achado. Duas frentes quentes que se tocam, unem e diluem em adoração. É engraçado a humidade provocada pela onda de calor, tem um certo aroma almiscarado que acaba por vencer as hesitações e nos deixa entregue ao desfrute. E o sonho continua, até aqui adiado.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

AS LÁGRIMAS DE UM ANJO

É pena que as coisas sejam assim e a distância se junte ao silêncio. É como ser preso politico e a única coisa que tenho seja um silêncio enorme em que me guardo… É apenas mais uma provação, espero que apenas, SÓ, mais uma. Apenas sei que me custa não poderes saber que estou aqui, ainda e sempre, sentado no acampamento sem saber o que o ficou por dizer ou se algo não foi dito. É nestas alturas que queria participar, ajudar, sei lá… Mas estou aqui sem pressas e sem algo. Se cá vieres, desculpa, saberás que me é caro o silêncio e este é o meu diário sem dias certos ou seguidos. Aqui desenterro as minhas frustrações e desabafos… Aqui engano a tua ausência numas linhas sem resposta, aqui desfraldo as saudades e grito alto ALGO.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Meu Raio de Sol

Hoje não me apetece escrever por isso vou deixar-te aqui ALGO que gosto muito e que espero ser do teu agrado: Vinicius de Moraes

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim,
Que nada desse mundo levará você de mim.
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo o grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Meu Ùltimo Desejo

Vou deixar aqui expresso este meu último desejo na ânsia de conseguir, a título postumo, a atenção de alguns de vós, poucos, porque não quero de qualquer forma influenciar a vossa opinião sobre as coisas ou sobre tudo, sobretudo...
Cá vai:
É de minha livre e expressa vontade, declarando que estou na posse de todas as minhas faculdades fisicas e psiquicas, que ponho á inteira disposição de todos vós este meu corpo lindo, que inveja faz a muita gentinha que estampa não possui. Sou assim a imagem divina no meio de vós. Não foi Ele que disse que eramos feitos á imagem do Senhor? Pois então!? Cá estou... o Todo Poderoso no meio da arraia míuda, ou a sua imagem. Obrigado, flor!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

VINHAS VER-ME

Primeiro, foi delirante… Andava quase sem tocar o chão, o tempo não passava e todo eu tremia sempre que provavelmente pensava ir encontrar-te ou sentia o caminho orientar-se pra ti. Depois foi um escândalo no meu peito ao descobrir que afinal estava a perder-me por ti, e encontrei-me. E agora perco-me constantemente e dou comigo em ti. Já pensei seriamente processar-te por ocupares, sem pedir, este meu coração. É que agora, e apesar de livre, não consigo soltar-me do brilho dos teus olhos, não consigo esquecer o sabor da tua boca, sôfrega, de veludo, tão gostosa… Sabes que me deixas louco só com a tua presença, sem conseguir pensar. Absorves até a luz da lua e fazes com que a chuva desça, mesmo sem nuvens, mesmo sem ser inverno… E depois acordamos colados um no outro, húmidos, latentes, sem pressas. E o teu cabelo lindo, vestido de negro luto, caído sobre os ombros nus, envolvendo essa pele quente e macia, deixa entrever os olhos entreabertos, como os teus lábios, pedindo beijos. Houve tempos em que pensei ser apenas um teu bom momento, que de quando em vez tinhas á mão, sempre que querias. Ou por outra, servir apenas para libertares tesão, como me quiseram fazer acreditar, ser pra ti como um escape, um lugar onde te libertavas. Mas não podia acreditar… Todo aquele calor, e as emoções, ou o brilho que tinhas nos olhos sempre que éramos um só, a forma como me tocavas e sorrias. Agora és apenas o meu peito a pedir mais de ti, és o grito que não sai por não me ouvires, de tão longe… Mas que compensas com visitas poucas que me preenchem. Queria apanhar-te aqui, agora, para poder tocar-te o rosto sem ter que nos esconder…

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Após ALGO

É de manhã, quando abro os olhos, que sinto o vazio acentuar-se. Não ouço o teu respirar, que ainda há pouco me arrepiava, no meu ouvido, ofegante. Procuro o brilho dos teus olhos e apenas encontro uma cama vazia de ti, do teu amor. E puxo o corpo, feliz mas cansado, dorido das carícias incontáveis que me levaram ao delírio, na vertical, tentando não olhar para o lado, evitando as marcas de uma loucura alucinante que os lençóis retiveram e o teu perfume quente que ainda dança, envolvente, nos meus sentidos sempre que fecho os olhos. É com pena que o vou perder no duche frio que me trará de novo a esta realidade crua. Solidão Agora limpo-me devagar para que os teus vestígios se vão perdendo, sugados pelo turco da toalha que me envolve. Enfio as calças e penso nas tuas mãos macias, insinuosas. Agora a camisola, e passo a mão pelo cabelo tentando varrer essas doces lembranças do meu horizonte interior. E acabo na rua, onde o sol já tomou conta do dia faz tempo e nos empurra para as sombras, que ainda são pequenas para albergar esta imensidão que me invade. Passo a passo, vou deixando pendurado nas paredes o brilho desses olhitos negros, tão doces. E vou-me despindo assim de ti, deixando um pouco por todo o lado para que não me sinta só quando por lá voltar a passar. E fico «só». Sem pensar que esta distância se torna fictícia, irrelevante, inexistente. Porque não me sais da cabeça. Ocupas-te todo o meu horizonte sem o saberes. Basta para isso que feche os olhos e tenho de novo o teu cabelo a envolver-me as mãos, a escorregar pelo meu peito misturando-se com o meu, tornando-se apenas um, nosso. E é assim, e aqui, nestas magras e curtas linhas, que tento definir esta paixão que me consome. Lembrando um gesto, uma palavra, um olhar. Um amor que fazemos sem fronteiras e que nos deixa longe de tudo, de todos, mas tão perto um do outro. Tão perto que a tua pele quente, macia, me queima os sentidos. És como aquele comprimido que tomo para dormir mas que me dá insónias. Não que as não queira, já que assim não te esqueço e te tenho cada vez mais em mim. No entanto é esta distância que me atrofia. Que me aperta. Que me massacra. Saber de ti algures, ao sabor de um vento que não controlo… E fico aqui, caído, prostrado. Morrendo a cada segundo sempre que não faço parte dessa tua «outra» vida. Lembrando o teu rosto entre as minhas mãos trementes, a tua boca na minha, os meus braços que te envolvem e apertam, tentando segurar-te para não te sentir fugir por entre os dedos logo que a manhã nos bate á porta. É nesses momentos de doce quietude que te sinto mais minha, quando ficamos colados um ao outro, após. Quando o mundo deixa de existir para que sejamos um só. No reino dos diálogos roucos, imperceptíveis, carregados duma cumplicidade gostosa, onde só o suor fica entre nós. E ficamos atentos ao que cada um não diz com medo de quebrar a magia desses momentos. É quando a pele fica mais sensível, quando um sussurro nos faz estremecer e nos agarramos mais um ao outro, tentando assim prolongar no tempo esses momentos que sabemos breves, finitos. E lá longe, na rua, a vida começa de novo, ainda sem nós.