sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A terra até nem é pequena… Mas nunca comparável àquela pra quem todos eles, á mesma hora, se voltam, em ladainhas enfadonhas e intermináveis. É um local onde se cruzam, sem qualquer pretexto, e a qualquer hora, crenças tais que, de tantas, me admiro como tão facilmente se entregam a uma, ou como de entre tantas conseguem escolher. Porquê tantas se Ele é uno e só um?!... As ruas, despidas de gente durante as horas da canícula, soçobram agora, pela fresca, de gente irrequieta, de olhos atirados pra cima, ora vendo agora as empenas caiadas, ora os beirados onde a água correu no inverno. Os indígenas, pouco acostumados a tanto barulho, encolhem os ombros e tentam vender segredos antigos por tuta e meia, a quem mais não lhes queira dar. Houve tempos, em tempos idos, que, como agora, até a sombra fazia diferença. Não por ser muita, ou pouca, mas por não ser já fresca, que o sol, sem vergonha, aquecia, até amornar, a própria alma. Não que o adivinhássemos ou tão pouco o soubéssemos, mas…

1 comentário:

  1. craftsandart.blogspot.com-s14 de agosto de 2009 às 22:54

    Ao ler o seu primeiro texto… posso dizer que senti um leve arrepio. Sim, também partilho o mesmo gosto pela escrita e pela leitura, e de um certo modo penso que deveria haver em todos nós um certo orgulho de desenvolver a capacidade de escrever e falar bem, até como uma carta de apresentação perante nós próprios e perante os outros. Mas a realidade, é que escrever bem, não significa somente saber utilizar palavras técnicas e por vezes ambíguas. Algures no emaranhado dos acontecimentos quase todos esqueceram que a palavra vale pelo seu conteúdo…
    Escrever…acima de tudo é mostrar que estamos vivos, é um produto de nós próprios e uma forma de legar aos outros mensagens, opiniões, ideias… é soltar o nosso espírito, o nosso intimo e deixá-lo falar, desabafar…o que por vezes não conseguimos fazê-lo de uma maneira directa…
    Ao ler o seu texto, é-nos evidente a forma… a excelente forma, de comunicar com quem partilha o gosto , o desejo desta forma de comunicação, por vezes obliqua, insinuada…
    Quem escreve, de certa forma, possui um desejo de ser entendido, que alguém consiga ler o que não está escrito…

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